Os nossos bolos de café são uma parte importantíssima do nosso património cultural e, consequentemente, da nossa identidade cultural... os portugueses quando querem pôr a conversa em dia combinam tomar um cafézinho, não decidem ir tomarse unas cañas, não vão ao pub for a pint or two. Um cafézinho toma-se num café, ou numa pastelaria, à hora do lanche.
Os bolos, tal como os cafés e os horários condicionam o nosso ritmo de vida, os nossos costumes diários e em última instância a nossa forma de pensar. Mal andamos quando cada vez menos cafés dispõem de lugares sentados, não se encontra um bom duchaise, ou um bom mil-folhas, apreendem-nos as bolas de berlim na praia, os bolos de arroz começam a saber todos a queque e é preciso uma pessoa chatear-se para que lhe ponham manteiga na torrada, de um lado e do outro, a pingar, como deve ser. Porra! Se quisesse fazer dieta não estava a pedir uma torrada de café.
Andava eu preocupada nestas considerações quando descobri o projecto fabrico próprio. Trata-se de um grupo de designers portugueses que está a fazer um inventário dos nossos bolos de café (pastelaria semi industrial portuguesa) e a (re)pensar esses bolos como se de objectos de design se tratassem (são certamente manifestações culturais e nessa qualidade, tal como as palavras, tal como a própria língua, estão em costante evolução/mutação/reinvenção...). No final o resultado deste trabalho será editado num livro.
1 comment:
Viste que eles (fabrico próprio) falam no bolo Pata de Veado?
... que fome...
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